quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Dilema do antropólogo

Acredito que a verdade deva prevalecer em qualquer circunstância, se eu não disser a verdade estarei indo contra o que penso, devemos ser verdadeiros e francos, mesmo nas situações mais difíceis da vida.
Talvez a maior mentira do antropólogo não fosse concordar com os nativos que ele seria um deus. Acredito que a maior mentira tenha sido para ele mesmo pois quando chegou em meio aos nativos e sua cultura, com sua pele branca, sua roupa diferente, provavelmente com vários acessórios (caneta, relógio, cadernos de anotações, carteira...), sua presença já foi uma uma interferência na cultura dos nativos.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Leis de Educação Especial

"A aprendizagem, por sua vez, está profundamente relacionada ao crescimento, não existe possibilidade de crescimento sem aprender. Para aprender, não basta só ouvir, mas ESCUTAR. Para que o olhar possa transformar-se em VER e o ouvir em ESCUTAR, o intervalo estabelecido entre eles necessita ser preenchido pela nomeação possibilitada do pensamento.” (Furlanetto – Compreender e Ensinar)


Coloquei o pensamento acima de Furlanetto, para pensar um pouco na realidade de minha escola. Trabalho há treze anos na EMEF. Castro Alves, município de Cachoeirinha. Temos atualmente 180 alunos distribuídos nas seguintes anos/séries. Um pré B com alunos oriundos de creche na faixa etária de 5 anos Um primeiro ano com alunos na faixa etária de 6 anos, dois segundos anos( antiga primeira série), um terceiro ano, um quarto ano e uma quarta série.Uma turma de progressão criada ano passado, atualmente com onze alunos todos com defasagem idade/série.Na turma de progressão temos uma aluna que acompanho desde o ano passado, pois como já relatei anteriormente atuo no laboratório de aprendizagem e sempre que possível nas reuniões internas falava da aluna T. que fora encaminhada para mim e que não estava conseguindo atingí-la. Em parceria com o SOE de minha escola investigamos sua vida escolar anterior. Estudou conosco no primeiro ano, depois a família transferiu-se para o município vizinho e a menina estudou seis anos na mesma escola, onde freqüentou o laboratório de aprendizagem. Parece-me somente com previsão de entrada. Chegou para nós na terceira série com dificuldades de relatar fatos com sequência lógica, conservação, seriação, tempo, reversibilidade... Fizemos encaminhamento para triagem na SIR ( sala de integração e recursos) e atualmente a aluna está na turma de progressão e atendida na SIR.
Temos outro caso de do aluno E.O aluno foi matriculado no ano de 2008 no primeiro ano e tão logo percebido pela professora ter deficiência, apresenta transtorno global do desenvolvimento, o SOE chamou-se os pais e foi encaminhada ficha de triagem para a SIR ( sala de integração e recursos). No ano de 2009 o aluno E. estuda no segundo ano do ensino fundamental de 9 anos e tem acompanhamento especializado.Segundo a professora da turma até o momento está acompanhando os objetivos propostos pelo ano. O que acontece com este aluno vem de acordo com artigo 24 que coloca que as pessoas com deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e possam ter acesso não só de direito, mas de fato em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem.
Se o que aconteceu com E., tivesse acontecido com T. sua defasagem de conhecimento/idade/ série seria bem menor. A aluna ficou vários anos, na mesma escola sem avanços de conhecimento, apenas foi dada a vaga na turma.
Inclusão é assunto sério, TODOS da escola devem estar envolvidos. Recentemente nossa escola fechou para interagir com Soraia Napoleão e todos da escola foram convidados para a palestra.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Adorei a Aula de Ed. Especial!

Relato de Minha Experiência em Educação Especial

Devo iniciar falando em minha caminhada na educação, neste ano completei vinte anos de magistério. Tive oportunidade e desejo de estudar mais sobre Educação Especial. Em 1990 comecei e terminei o curso de Adicionais em Deficiência Mental na UNILASALLE. No ano de 1991 fui convidada para assumir uma classe especial na Escola Pública Municipal. Naquele ano tive seis alunos nesta turma, somente um conseguiu no final daquele ano ser promovido para classe regular. Sentia que mesmo com a formação estava despreparada para atuar com mais qualidade, faltava também apoio e suporte para que eu pudesse desenvolver melhor meu trabalho.
Durante estes anos que leciono em classe regular recebi alguns alunos oriundos de Escola Pública Especial. O primeiro e mais marcante foi o Rodrigo que veio para mim na terceira série, um menino, querido, com dificuldades motoras ampla, fina, de compreensão e produção textual...
No final do ano letivo ele conseguiu atingir o mínimo dos pré-requisitos da série e foi promovido para a quarta série. Hoje ele trabalha em cooperativa do município que leciono e terminou de criar sua irmã, pois seu pai faleceu. Na época que foi meu aluno sua mãe já era falecida.
Recebi alguns anos depois o Pedro (oriundo também de Escola Especial) com dificuldades na fala, escrita, leitura, interpretação, cálculos, produção textual... Um aluno com o desejo de aprender muito grande, porém com muita dificuldade de compreensão. Nos dois casos (Rodrigo, Pedro) fui assessorada pela educadora especial da escola que eles eram ex-alunos. No final da terceira série o caso do aluno foi levado para conselho, toda a equipe pedagógica que atendia o aluno opinou que ele deveria ser promovido para a quarta- série. Na quarta-série ele repetiu muitos anos até que saiu da escola e foi para o EJA. No momento trabalha num supermercado da cidade.
Atualmente atuo pela manhã com o Laboratório de Aprendizagem, onde investigo o não aprender dos sujeitos, tento despertar-lhes o desejo de aprender e apontar suas possibilidades e a tarde leciono no Estado com uma terceira série. Recebi nesta turma um aluno com vários problemas de saúde, por ter nascido prematuro, entre elas baixa audição. A família diz que não tem condições financeiras de custear o aparelho. Estou buscando estratégias de melhor atendê-lo, pois o mesmo não se encontra alfabetizado. Acredito que esta interdisciplina possa me ajudar na busca de alternativas para melhor auxiliar as necessidades deste meu aluno
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