sábado, 18 de outubro de 2008

Adulto em Processo de Aprendizagem

Segundo Piaget o sujeito aos doze anos está na fase de desenvolvimento cognitivo operatório formal, sendo capaz de refletir para além do real presente, fazer planos, elaborar teorias, construir sistemas, pensar sobre o próprio pensamento.
Durante dois anos trabalhei numa escola municipal com Educação de Jovens e Adultos, e minha experiência docente mostra-se contrária a teoria de Piaget, a maioria dos alunos que ensinava necessitava da etapa anterior do desenvolvimento cognitivo que eram as operações concretas. O que eu percebi na prática é que depende das situações vividas, da leitura de mundo e das reflexões que o aluno e o professor promove em sala de aula para que o educando consiga ir além no seu desenvolvimento cognitivo.
Um adulto pleno na sua capacidade cognitivo é capaz de um raciocínio hipotético dedutivo, inversão nas relações entre o real e o possível, controlar as variáveis...
Muitos de nossos alunos chegam à fase adulta sem conseguir atingir todas estas características, necessitando serem estimulados, desafiados e aprender resolvendo situações problemas do cotidiano. Por isso o educador precisa ouvir seus alunos, dar espaço nas suas aulas para debater sobre o tema estudado, argumentar coerentemente ajudando assim na reflexão do conteúdo. O educador deve colocar-se no lugar dos alunos e oferecer atividades diferenciadas e não prontas para que o sujeito se dê conta que pode e deve aprender mais, mesmo sendo um adulto estamos sempre em processo de aprendizagem.
Sou um adulto em processo de aprendizagem quando entrei no Pead, por exemplo, eu chegava muito pouco perto do computador e era somente para ver e-mails recebidos de minhas amigas,atualmente consigo usar a ferramenta com muito mais propriedade.Outra aprendizagem pela qual passei recentemente foi aprender a dirigir. Foi na minha opinião uma das mais difícies, porque além de aprender a dirigir tive que superar medos, pois na adolescência quando estava aprendendo a conduzir o carro bati e nunca mais quis aprender. Acredito que aprender está muito ligado a desejo e falta. Eu sentia muita vontade de conduzir o carro e falta de levar me filho nos lugares que ele desejava.

Nenhum comentário: