segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Deficiência Intelectual na sala comum e na SIR

Pensei onde deveria escrever este relato, se no wiki, blog ou talvez no fórum de deficiência intelectual.
Optei por relatar aqui no blog, visto que meu estudo de caso tem relação com a palestra "A Deficiência Intelectual na Sala de aula comum e na sala especializada (SIR)" que assisti no sábado dia 20/06/09 com doutora Adriana Lima Verde (Fortaleza - CE)
A palestrante coloca que não se faz inclusão com práticas pedagógicas homogeneizantes. Devemos promover momentos de aprendizagem que levem a metacognição.Necessitamos proporcionar a pessoa deficiente intelectual a mobilização dos conhecimentos anteriores, perceber o tempo para o controle das tarefas.O professor deve ter uma gestão de sua sala de aula planejando atividades em duplas, em grupos heterogêneos, momentos individuais com a professora.Enfim, efetuar no dia-a-dia de sala de aula várias estratégias de aprendizagem.
A principal dificuldade da pessoa deficiente intelectual é em recordar o que ocorre quando não se mobiliza os bons indícios (caminhos) para acessar à consciência. O professor deve buscar associações, relações para ajudar o aluno a chegar na memória. Para os deficientes intelectuais, a memória a longo prazo não está disponível e ele junta seu esforço na reconstrução dessa unidade.Cada atividade apresentada para o aluno deve ser como se fosse a primeira vez, estes educandos necessitam de instruções para aprender a estratégia. O professor pode criar situações que possibilitem uma positiva relação com o saber.
Foi muito interessante que a professora da aluna T. deste ano estava na palestra e pode repensar um pouco sobre sua prática para melhor atendê-la.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Informática na Educação Especial

Gostaria de escrever como podemos em nossas escolas melhorar o nosso fazer pedagógico, o nosso pensar para de fato incluir os alunos com deficiência.Através da internet podemos encurtar distâncias e repensar os tempos nas interações, trocar saberes, conhecer novos amigos...
Para Vygotsky (1997) traz um conceito alternativo de que ninguém é deficiente por si só, mas sempre dentro de uma identificação social. Na verdade "o que define o destino de uma pessoa não é a deficiência em si mesma, mas suas consequências sociais". Esta fala do autor, faz refletirmos sobre as pessoas não como incapazes, nem ignorar suas particularidades.
Hoje devemos oferecer ambientes enriquecedores para todos os alunos e que vão além da aparência do sujeito. Devemos dentro das escolas desenvolver ambientes de aprendizagem que desenvolvam o potencial social e educacional dos alunos, como sujeitos que interagem socialmente, podemos possibilitar interações mais positivas e estimulantes, desafiando os alunos a buscarem novos caminhos e a se instrumentalizarem progressivamente para se inserir socialmente.
Não basta neste sentido apenas levar um grupo de alunos para o laboratório de informática, temos que oferecer uma proposta de trabalho que rompa com o tradicional, que não fique apenas no jogo pelo jogo! O professor deve conhecer minimamente os instrumentos tecnológicos, suas possibilidades para que possa propor atividades significativas aos alunos. O professor da turma , juntamente com o professor do laboratório de informática devem intervir pedagogicamente para uma verdadeira apropriação que levem a avanços cognitivos e sócio-afetivos do sujeito.
É importante aos professores conhecer as limitações ( físicas, sensoriais) dos alunos para promoverem melhor relação educando /educador / tecnologia para propriciar maior qualidade na aprendizagem.
Para dar como exemplo, o que estou escrevendo trabalhei um jogo chamado VERITEK ( no virtual) que consiste dois quadros. Um com os desenhos numerados (1 a 12) e o outro com as respostas também numeradas o aluno vai colocando o numeral do desenho onde está a resposta, ao final aparece um desenho geométrico que ajuda o aluno na auto-correção.Eu e meu novo aluno lemos as palavras juntos, separamos os animais do jogo por classes.... Sou professora do laboratório de aprendizagem e estou buscando na informática alternativas diverficadas para resgatar o desejo de aprender de alguns alunos. Este menino tem quinze anos e apresenta dificuldades na leitura, escrita de palavras e como ele gosta muito de informática achei a tecnologia como possibilidade de intervenção de suas capacidades

domingo, 7 de junho de 2009

Seminário Municipal de Educação - Cachoerinha

Estou participando do Seminário Municipal de Educação na cidade que resido e leciono. Tive na manhã de sábado a grata satisfação de conhecer o professor José Pacheco, ex-diretor da Escola da Ponte, em Portugal e juntamente com outros professores tive uma manhã rica em troca de experiências e em conhecimento.
O professor José Pacheco fez um breve relato do histórico da Escola da Ponte, onde o insucesso dos alunos era grande, os alunos não aprendiam, a maioria tinha entre 14 e 15 anos e os adolescentes batiam nos professores.
Atualmente a Escola da Ponte é uma referência de qualidade e valorização do conhecimento.
O professor fez provocações aos professores dizendo:-Na Escola da Ponte os pais dirigem a escola, não têm turmas, não tem aula, não tem grade curricular... A Escola é lugar de trabalho, é um lugar onde se aprende, têm regras, direitos e deveres. Não há nada nas salas de aulas que seja realizado pelos professores. Todos os cartazes são realizados pelos alunos.
Criança faz perguntas! A partir das perguntas das crianças elaboramos projetos de aprendizagem e os grupos são formados pelo interesse no assunto.Quando a criança faz perguntas o professor responde:-O que tu achas? A criança sempre tem uma hipótese para sua dúvida.
A afetividade e a heterogeneidade são questões primordiais no grupo de trabalho. Eu aprendo com quem sabe outras coisas. No grupo sempre há um aluno que necessite maior atenção dos professores por apresentar alguma deficiência.
As condições para o professor dar aulas são nunca estar sozinho, a aula não deve ser solitária e sim solidária! Não existe professor único para cada turma, existe um grupo de professores que mediam conhecimento a um grupo de alunos que escolhem o que vão aprender.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Educação Após Auschwitz

Acredito que uma civilização que queira evitar a barbárie, a opressão na educação, deve combatê-la desde cedo, isto é, na primeira infância.
Neste sentido o diálogo, o brincar, o jogo tem um valor para além do lúdico... Segundo Bruno Bettelheim: “nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por desejos íntimos, problemas, ansiedades.” O brincar de uma criança é sua fórmula secreta que devemos acolher e respeitar mesmo se não a entendemos.
Outra questão importante que devemos manter na instituição é o espaço para a autoridade, sem o autoritarismo, sem a repetição. Construir regras com seus alunos e sempre que surgir o conflito mediá-los, deixar espaço para a criança resolver o problema, trabalhar em grupo dando oportunidade para as relações.
Mediar os conflitos quando estes surgirem são questões importantes para criar autonomia entre os estudantes. Segundo Wallon somos seres geneticamente sociais. Por isso o contexto escolar deve proporcionar o vínculo com o professor, os colegas, o diálogo e a troca de conhecimento entre os pares.
No texto, Adorno coloca que uma mentalidade sadia necessita de vínculos para que dê um paradeiro ao sádico, destrutivo, devastador... O vínculo do professor com a criança é extremamente importante para desenvolvermos bem a aprendizagem. Penso que o diálogo na escola deve ser sempre vivenciado, resguardado, aprimorado. .”O diálogo em si é criativo. Do ponto de vista humano, dialogar é essencial ao crescimento” (Paulo Freire)
O esporte e outras atividades pode ser uma saída na escola para resgatar o sujeito da marginalidade, principalmente em áreas de vulnerabilidade social, apesar de o autor colocar que pode ser algo ambíguo dependendo do indivíduo.
Em algumas modalidades pode ser agressivo em outras suscitar o cavalheirismo e consideração com o mais fraco. Uma experiência que tenho no município onde leciono são as oficinas no turno oposto, onde os alunos podem escolher e se inscrever em oficinas de: violão, violino, coral, dança.
Este trabalho é desenvolvido em toda a rede municipal não para formar músicos ou dançarinos, mas para dar a chance de realizar na escola um momento prazeroso e de desenvolvimento de habilidades. Concordo plenamente com o autor quando diz: ”devem-se combater, antes de mais nada, aqueles costumes folclóricos , rituais de iniciação de qualquer forma, que causam dor física...como prêmio de pertencer a uma coletividade”.
Além de combater os rituais de iniciação, os trotes, o bulliyng na escola devemos ter em mente que isto pode ser o início da violência-nacional socialista. Em hipótese alguma devemos ser coniventes, por exemplo, com o bulliyng porque o sujeito reprimindo a dor, o medo, tentará repassar a outro. A escola deve combater a dor e a capacidade de suportá-la, através do diálogo com professores, orientadores e de projetos na escola que deixe nos permitir falar e ter medo.

Estamos atualmente supervarolizando as tecnologias, a internet, tornando a educação algo mecânico. A educação, na minha opinião vai ser sempre algo humano, onde a troca de conhecimentos se dá de uma forma socializada entre professor, aluno, pais, comunidade em geral. A tecnologia é um recurso para aprimorar o conhecimento, facilitar a aprendizagem e não um fim em si mesmo.
Devemos combater na escola a falta de identificação. A história de vida do sujeito deve ser conhecida pelos professores para que a instituição não contribua psicologicamente para o retorno de Auschwitz.