segunda-feira, 31 de maio de 2010

Principal Arquitetura Pedagógica

Duas situações que o aconteceram na turma merecem reflexão. No meu dia de educação física novamente estava chuvendo. É claro que os alunos gostam de ir par o pátio, então planejei uma brincadeira na sala de aula e o efeito foi além do que eu esperava. A brincadeira era imaginar a atravessia de um rio poluído e cheio de piranhas, afastamos todas as classes, separei os grupos em alunos, o mesmo do Proerd, sei que alguns alunos não estavam gostando de sentarem com o grupo que o soldado separou . Imaginem que temos um rio muito poluído. Peguei duas cadeiras coloquei-as juntas, vocês devem atravessar o rio todos juntos sem cair do barco. ( As cadeiras eram os barcos). O objetivo inicial do grupo era integrar todos e ajudarem-se.

Na primeira tentativa somente um grupo conseguiu chegar até a margem. Os outros grupos que não conseguiram solicitaram tentar de novo, na segunda tentativa vários grupos conseguiram e dois não, mas todos ajudaram-se muito! Fizemos avaliação da brincadeira no final da aula e até alunos muito tímidos levantaram o dedo para falar. Os alunos Iury, Suelen, Natalia disseram que a brincadeira foi muito importante porque todos do grupo deveriam se ajudar para levar o barco até a margem do rio. Falamos também da atitude do aluno Vini que ficou bravo porque a Vitória caiu do barco. Os alunos concluíram que o mais importante foi a tentativa de atravessar o rio e se preocupando em auxiliar o colega do grupo. Piaget (1932) discute a importância das relações cooperativas da seguinte maneira:
"Para descobrir-se como um indivíduo particular , é necessário uma contínua comparação, resultado da oposição, da discussão e do controle mútuo... A autonomia é um poder que só pode ser conquistado de dentro e que só se exerce dentro de um esquema de cooperação."(p.371)
A outra situação interessante que aconteceu foi que planejei, para o Laboratório de Informática uma pesquisa sobre Miguel de Cervantes,pois havia contado em sala de aula a história em quadrinhos de D. Quixote, escrita por Marcia Willians, Editora Ática. Fizemos também uma reescrita em forma de quadrinhos sobre D. Quixote e percebi que vários alunos necessitam serem trabalhados na sequência de ideias e na pontuação.

Conheceríamos um pouco da biografia de Cervantes tentando contextualizar com a época que viveu. Penso que a ideia que os alunos tinham antes que eu começasse o estágio é que visitar o laboratório de informática servia para brincarem com jogos. Estou mudando esta perspectiva fazendo que os alunos se deem conta que podemos brincar, reescrever ideias, pesquisar sobre o que estamos trabalhando em aula...Acredito estar conseguindo atingir minha principal arquitetura pedagógica que é os alunos e professores se darem conta que o LI é uma ferramenta que oportuniza ampliação dos conhecimentos trabalhados em sala de aula.
As alunas Paloma e Vitória leram a biografia e falaram: - Miguel de Cervantes foi preso, machucou um homem e fugiu, teve uma mão inutilizada em uma batalha...Ele espelhou-se em si próprio para escrever D. Quixote de La Mancha! Contei para o grupo que estava pesquisando que na Espanha em homenagem ao centenário da morte de Cervantes as pessoas em praças trocam flores por livros.
Conforme Ana Vilma Tijiboy e Luisa Hogetop: "É relevante criar novas situações e espaços de aprendizagem utilizando os recursos tecnológicos e desenvolvimento de aprendizagem virtuais, no sentido de contemplarem necessidades sócio-afetivas e cognitivas... Situações que impliquem em mudanças, em acreditar no potencial de cada sujeito valorizando a sua diversidade." (Revista de Educação- Ano V- nº 7 - Artigo: Informática na Educação )


Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Adriana:

Trouxeste bons exemplos de interação e troca. A primeira reflexão sobre o fato de estar chovendo foi bem interessante, pois diante de algo inesperado foi possível uma atividade proveitosa para todos.

Grande abraço, Anice.